Ilha do Mel é um paraíso de aventuras onde carros não entram
Incluir na bagagem uma dose extra de aventura é fundamental para quem segue rumo à rústica Ilha do Mel. Para início de conversa, o acesso ao paraíso é feito de barco, partindo de Paranaguá, Pontal do Paraná e de Morretes – desta última cidade, porém, só nos finais de semana e feriados. Uma vez em terra firme, prepare-se para encontrar ruas de areia salpicadas por casinhas simples de alvenaria onde carros não circulam. As caminhadas são regidas pela maré ou em meio a trilhas e, à noite, as lanternas são indispensáveis – não há iluminação pública na ilha.
O cenário idílico ocupa uma área de 27,5 quilômetros quadrados, sendo 35 quilômetros só de praias. A maioria é selvagem, emoldurada pela Mata Atlântica e com características únicas – Fortaleza é praticamente deserta, enquanto Encantadas é o point do agito e praia Grande oferece as melhores ondas para a prática do surf. A turma espalha-se entre as duas vilas – Nova Brasília e Encantadas – que abrigam campings, pousadinhas e restaurantes caseiros de frutos do mar. Falando em infra-estrutura, a ilha tem acesso limitado e recebe, no máximo, cinco mil pessoas por dia. É uma maneira de evitar a degradação e manter o despojamento.
O tempo passa devagar na Ilha do Mel, o que incentiva as longas caminhadas rumo aos cartões-postais. Partindo de Nova Brasília, uma das trilhas mais bonitas e famosas leva ao Forte Nossa Senhora dos Prazeres, erguido no século 18 nas areias da praia da Fortaleza. A caminhada à beira-mar dura uma hora e vale o esforço – chegando na construção, suba até o topo para apreciar os canhões históricos e a belíssima vista panorâmica. Do outro lado da ilha, encare a escadaria que conduz ao Farol das Conchas, também com um visual desconcertante. Estique a passeio até a praia de Fora das Encantadas. Lá, uma gruta alimenta a imaginação dos ilhéus com lendas de sereias.